segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Nos conformes!

Afff!!! Impressionante essa mania que a gente tem de tentar se adequar ao grupo. Não sei bem se isso é algo ensinado ou aprendido (sim, existe uma diferença brutal entre as duas coisas), mas o fato é que alguns de nós chegam a extremos, se quebrando todos, só pra tentar servir em uma forma padrão.

Sexta, no almoço, eu estava batendo papinho com a minha sobrinha de sete anos enquanto ela devorava uma porção de alface. Isso, alface. Nem salada era, era alface picada com vinagre. A bicha mandava aquilo pra dentro com tamanha satisfação que eu, que tenho lá minhas restrições com mato, fiquei intrigada e saí perguntando:

- Escuta, sua mãe nem tá aí hoje, tá comendo salada por que?
- Porque eu gosto, ué. Levo até de lanche!
- Leva salada de lanche???
- As vezes salada, de vez em quando shimeji mas o que eu gosto mesmo é de levar palmito
....Jeeezzzz
- Palmito é? ...por acaso as outras crianças acham isso estranho?
- Acham sim, elas até me batem de vez em quando.
...ô dó
- Por que não pede pra sua mãe mandar misto com Ana Maria de sobremesa?
- Ah, quem trocaria sopa quentinha ou salada por um simples lanche? Deixa elas pra lá né, tia Cacá?


Tem gente que foge do padrão, e fala sério, que mal há nisso?...parece aquela hístória de sair perseguindo, dando sinal de luz ou buzinando loucamente atrás de alguém, só pra avisar que a porta de trás do carro (sem passageiros)  não está fechada corretamente. Você acha mesmo que está fazendo um bem a humanindade ou simplesmente te incomoda?

Os outros não gostam que você fuja do padrão, não sei se pelo mesmo motivo que a portas semi-abertas causam tamanha comoção (mesmo que um acidente tenha menos probabilidade de acontecer que as cenas do comercial da Coca Zero) ou se simplesmente gostamos de tudo nos "conformes". 

Não demoramos muito a entender que fugir do normal pode ser socialmente prejudicial. Fica claro desde o ensino fundamental, quando alguém te odeia só por ter uma paladar diferente e vai ficando cada vez mais claro, à medida que crescemos, que a conformidade ao grupo é o caminho mais utilizado, é a rodovia pavimentada, com guincho 24h, iluminação adequada e maior segurança...mas sei lá, nunca fui muito fã de trânsito...

Outro dia vi um documentário do Discovery sobre isso (sim, adoro documentários e os cito sempre porque dão um certo embasamento científico as minhas viagens, pode ser?), conformidade ao grupo. A pessoa era colocada numa sala cheia de atores (ela obviamente ignorava tal fato) que deliberadamente escolhiam a alternativa errada pra pergunta feita pelo "cientista", mas todos os atores escolhiam a mesma resposta errada. A cobaia escolhia a alternativa CLARAMENTE correta, ou seja, não havia margem pra dúvidas, ele divergia do grupo uma, duas e muito raramente três vezes, depois disso, ele escolhia a mesma resposta do grupo, mesmo sabendo que era a errada. Curioso não?

Hoje, no entanto, uma menininha de sete anos, muito da articulada e dois caras brilhantes, sempre atentos ao verdadeiro significado das palavras, me chamaram a atenção pro fato de que "normal" é simplesmente algo que se repete com maior frequência, portanto não existe nada de essencialmente errado com o "anormal". Aliás, o raro não devia ser mais valioso?...será que é isso que incomoda?

Seja quem você é, faça o que gosta sem se importar demais com o que os outros acham, porque ninguém vai dormir nossos sonhos!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

"Filhos...porque tê-los..."

Outro dia tava lendo um blog que eu sigo, onde o cara aconselhava as pessoas a não se deixarem levar pela maioria e entrarem no esquema de ter filhos depois de casar. O tal cara dizia que as crianças, além de virarem a casa e a vida dele dele de ponta cabeça quando vinham visitá-lo (era separado), ainda o obrigariam a reviver todo o drama da sua infância e adolescência (o cara é um tipo meio esquisito, fisicamente falando...bom depois dessa fica a dúvida se a esquisitisse se limita a aparência).

Ok, eu sei que escritores podem ser um pouco diferente, solitários, metódicos, enfim...some a isso o fato de se tratar de um homem que parece ser incapaz de estabelecer o mínimo de limites ou horários aos próprio filhos por medo de ser odiado por eles (palavras dele, não minhas!) e com um pouco de boa vontade dá até pra entender o cara dizendo que rezou pra que a mulher perdesse o bebê durante 9 meses...simpatizar, já é pedir um pouco demais!!!

Essa história de ter uma síncope ao pensar no seu filho passando pelos mesmos dramas que você, na minha opinião, é absolutamente ridícula. Claro que ninguém estoura um saco de pipoca e toma guaraná de canudinho enquanto assite de camarote a própria cria se ferrando, mas numa situação dessas temos que lembrar de duas coisas: nossas experiências (boas e ruins) nos trouxeram até o ponto onde estamos hoje, nos fizeram quem somos e a outra é que seu filho (supostamente) é você melhorado e se você foi capaz de levantar depois dos capotes que tomou por que diabos ele não seria?

Eu penso que não querer que seu filho seja como você é tanto um disperdício de energia (seu pimpolho carrega metade da sua carga genética, portanto, caso seu desejo se realize, peça um exame de DNA!) quanto uma questão de baixa auto-estima (qual é o problema com a pessoa que você vê no espelho todos os dias?). É importante lembrar que apesar de ter vindo de você, seu filho é um indivíduo com sua própria história pra viver e suas próprias batalhas pra lutar (apesar da gente lutar algumas por eles de vez em quando...literalmente...hihi)

Não acho que ter filhos seja uma decisão racional (se fossemos colocar na balança os prós e contras continuaríamos sendo filhos pra sempre ao invés de tê-los), mas como já diria o bom e velho Kid Abelha, contas de amor sempre dão errado!

quarta-feira, 4 de julho de 2012

I have become comfortably numb

A depressão parece ser o mal de século seguido de perto pelo obesidade (ou seria o contrário?). Hoje em dia é muito difícil achar alguém que nunca tenha passado pelo problema, que nunca tenha usado anti-depressivos, pra ser bem honesta é difícil até achar alguém que não esteja usando a medicação no momento.

Agora eu pergunto: Por que diabos estamos tão tristes???

Não acho que estejamos mais tristes do que já fomos, na verdade acho que estamos só mais pangarés. Não suportamos mais sequer o nível mais básico de dor ou sofrimento, começou com a cesariana (nada contra, pelamor, a raqui me salvou a vida!...ou pelo menos a do meu marido...) e se estendeu até o coração partido tratado com Zoloft, ao invés de um pote de sorvete com muita calda de chocolate. A verdade é que o desânimo não é mais admitido na nossa sociedade, vivemos na era do imediatismo, da recompensa instantânea, me parece apenas natural que penar pra encontrar um caminho pra fora do pântano perca feio pra possibilidade de tomar uma pílula e deixá-lo parecido com o paraíso pra que nunca se sinta a necessidade de sair de lá. E assim seguimos atropelando o curso normal das coisas só pra nos mantermos em pé quando deveríamos nos enterrar embaixo das cobertas e assistir a quatro filmes seguidos acompanhados de pipoca e guaraná, não damos tempo ao tempo e seguimos engolindo mágoas e frustrações inteiras, sem horário vago na agenda (ou saco) pra mastigá-las...só podia dar indigestão.

Eu tenho uma história com esse mal (não com a indigestão, desse eu nunca sofri) e não é de hoje, sinto a coisa sempre por perto, espreitando, pronta pra me agarrar pelas pernas no momento em que eu der bobeira. Não dou! Tento ficar esperta e sabe o que é interessante? A coisa nunca mais me pegou de jeito desde que eu me dei conta de que ela poderia, a qualquer momento...mind over matter?

Eu sei que depressão, em alguns casos, é realmente um desequilíbrio químico do cérebro, mas tenho a impressão que tentar conseguir tal equilíbrio artificialmente, na grande maioria das vezes, piora as coisas cada vez mais, tipo as plásticas do Michael Jackson. Eu tenho pra mim que o importante pra que tem essa tendência "emo" é mesmo se vigiar e quando sentir uma inexplicável tristeza se insinuando pelos cantos da alma, dar aquela sacudida e lembrar de tornar a vida interessante ao invés de tentar se entorpecer pra tentar esquecer que ela não o é, no entanto acredito que o método mais eficiente de não sucumbir à depressão é se permitir ficar triste. Curtir a fossa ainda me parece o melhor jeito de sair dela, porque é melhor você esvaziar o copo de cerveja antes de trocar a marca que está bebendo.

PS: Desculpem o mau jeito, pretendia voltar com temas mais leves e não com essa feijoada completa, infelizmente é o que tem pra hoje...

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Todo dia ela faz tudo sempre igual...

O hábito é uma coisa extremamente complexa na minha opinião. Adquirir alguns requer uma força de vontade incrível enquanto que pra se criar outros basta um descuido, uma escorregadela e "tchanam" viramos reféns dele. Precisaremos, então, daquela mesma força de vontade pra abandoná-los.

A gente cria nossa rotina baseada nas mais diferentes necessidades e lógicas. Dá pra ser de acordo com a conveniência, com um plano ou até com a falta de um, mas a verdade é que mesmo as pessoas que dizem não suportar rotina têm seus hábitos e o que é mesmo a rotina senão um encadeamento deles? Eu tenho um problema sério com mudança de hábitos, a rotina. Na grande maioria das vezes me conforta ao invés de entediar (ou talvez eu curta um tediozinho básico) e isso acaba me fazendo prisioneira (tipo segurança máxima) dos meus hábitos. Por mais que eu tente (ô côtada, só  esqueceu de contar que se não der certo nos primeiros dois dias abandona o navio) volto sempre a andar pelo caminho mais do que conhecido, aquele no qual posso caminhar de olhos fechados que não tropeço em nenhuma pedra...acho isso a glória! Por mais que ele seja feio e desinteressante, é meu! Parece que estou voltando pra casa (velha e cinza. Yaaay!) depois de uma longa viagem (de no máximo dois dias, claro).



Eu percebo que o hábito me sacaneia. Aos poucos vai me roubando até os menores prazeres, deixando no lugar apenas mais uma obrigação mas não sei como controlar esse desgraçado, o filho-da-mãe tem vontade própria! Às vezes me sinto como a mãe frustrada de uma criança mimada que simplesmente já não sabe o que fazer, e em resposta (brilhante diga-se de passagem!) não faz nada! Passa a ignorá-la e fingir que não escuta os berreiros ou que a cria rebelde simplesmente não lhe pertence.


Obviamente é uma questão de  controle. Vejo a rotina funcionando super bem pra algumas pessoas, transformando obrigações em prazeres e não o contrário. E me pego imaginando se a minha veio com defeito ou talvez esteja no modo reverso, mas será que a culpa é mesmo da criatura e não do criador?

Por que é tão díficil mudar algo que nós mesmo criamos, então? Eu acredito que tenha alguma coisinha a ver com o fato de que a rotina é feita dos seus hábitos e seus hábitos são compostos pelas atitudes que toma diariamente. Em suma, um reflexo de quem você é e como pensa, mas e quando a gente não suporta mais ser quem é? Será que o hábito pode ser mais forte que a revolução?

Informo aos meus leitores que vou suspender temporariamente as atividades do blog, infelizmente sou limitada demais pra me dedicar a mais de um projeto de uma vez, portanto estimo que ficarão livres do meus posts por aproximadamente 3 meses, o que penso que será tempo suficiente pra que eu conclua o tal projeto (caso encontre um jeito de me disciplinar pra fazer o que é preciso) e volto antes que dê tempo de sentirem minha falta!


Viva lá revolución!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A palhaça

Muitas vezes pessoas que se posicionam e têm uma opinião formada a respeito do que as cerca, acabam levando a fama de "donas da verdade". Agora eu te pergunto, não somos todos donos da nossa? Talvez seja possível colocar sua opinião de forma delicada, cuidando pra que não pareça que se fala do alto de um palanque para uma platéia menos ilustrada, mas isso requer extremo tato, tato esse que pode muitas vezes não constar da lista de qualidades de um crítico, principalmente de um amador.
Ouvi alguém que considero muito sábio dizer que a felicidade é individual. Não pude deixar de concordar, porque realmente cada um tem sua interpretação da coisa, e minha pergunta é: não seria também esse o caso da verdade? Claro que é preciso considerar que a verdade poderia ter menos variantes se nos ativéssemos somente aos fatos sem levar em conta nenhum dos sentimentos, características, reincidências ou status hormonal dos envolvidos, mas nem sempre é assim que relatamos, ou sequer consideramos uma situação. Geralmente o que fazemos ao nos aventurarmos numa narrativa, é o que nos foi ensinado a fazer na escola desde a quarta série: um resumo do ocorrido (que pode acabar menos suscinto que a versão integral. O intuito não é fazer caber em 10 parágrafos e sim apresentar a sua versão), nos isentando da responsabilidade de sermos totalmente fiéis à realidade (afinal de contas a grande maioria de nós ainda prefere romances a documentários em preto em branco), mas ainda assim extremamente verdadeiro, pelo menos pra nós, narradores.

A verdade é que erros de interpretação acontecem a todo momento, seja por falta de habilidade ao preencher as lacunas, seja por pura falta de tempo ou interesse de discutir um assunto ou ainda tentar de entender as variáveis das pessoas envolvidas. Seja qual for o motivo, seguimos construindo um enorme castelo de suposições sobre um pântano de areia movediça só pra depois nos escondermos dentro, evitando movimentos bruscos pra que tudo não venha abaixo, nos obrigando a encarar o fato de que não tínhamos nada de concreto desde o início e que não necessariamente o que você entendeu foi o que foi falado. Olha, não é minha intenção te dar uma passagem só de ida pra uma crise existencialista, mas me sobrou aqui uma outra dúvida: se seu erro for honesto, apesar da sua versão não condizer com a sequência de fatos, esta deixa de ser verdadeira antes que se dê conta do engano?...bom, já que é pra colocar pra fora os meus questionamentos mais profundos, alguém aí é capaz de me responder se Tostines vende mais porque é mais fresquinho ou se é mais fresquinho porque vende mais???

Algumas pessoas são mais observadoras que outras, e talvez por isso se prestem melhor ao papel, não somente de criticar uma situação, mas de analisá-la ou até descrevê-la de forma mais precisa. Isto não faz delas melhores que ninguém, mas certamente não as faz piores. É apenas uma característica, uma faceta de uma personalidade que talvez não se limite a esta. Geralmente esse tipo de pessoa, essa gente que se considera um legendador??? (eu sei lá que nome inventaram de dar pra quem coloca a legenda nos filmes), enfim o tal que é capaz de te fazer entender um filme em Russo (desde que seja alfabetizado), tem o dom de traduzir pra sua língua materna uma situação ou pessoa que pra você parecem criptografadas. Esses indivíduos podem ser chamados de muitas coisas, depende do estado de espírito (e da nota que o interlocutor alcança no índice da maldade do Discovery), mas um adjetivo não falha: crítico. Esses críticos jogam um jogo perigoso, pois sabem que no fim, ministram despreocupadamente doses (mesmo que do alto da sua prepotência considerem homeopáticas e até com propriedades curativas) de algo que se um dia lhes for forçado goela abaixo, seria capaz de matá-los. Seria mais ou menos como se o super-homem resolvesse fazer malabarismo com kriptonita. Studid huh?

Estúpido mesmo seria não admitir que o Selton tava certo, "o rato come queijo e o gato bebe leite" (não sei se é mesmo nessa ordem porque confesso que pisquei compriido numas partes...eita filme paraaaado "O Palhaço", tão sutil que por pouco não passa em branco!). Felizmente, neste caso, a ordem fatores não altera o produto. Vamos fazer o que sabemos, o que nos vem naturalmente e por mais que tentemos fugir disso, pensando estar escapando de algo que a vida nos impôs ou nos despindo dos rótulos que outras pessoas nos atribuíram, se for mesmo a nossa vocação, é o que voltaremos a fazer. Ainda que haja dúvidas, ainda que essas sejam suscitadas, ainda que doa e faça doer, o crítico critica aos outros e a si próprio.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Timidez não é defeito!

Não consigo ver a timidez como um defeito. Pra mim ela é apenas uma característica. Assim como não se escolhe nascer homem ou mulher, não se pode escolher nascer extrovertido.

Você pode estar pensando: Mas, hein? Essa não é a primeira vez que ela viaja, mas agora foi longe demais! Ninguém é refém da timidez! Temos, sim, o controle sobre como vamos agir em público e podemos sim escolher ser mais aptos socialmente. Basta querer!

Não acho que seja bem assim Não mesmo. Claro que ao longo da vida é possível (com algum esforço)entender melhor como a coisa funciona e o que é preciso fazer pra não ser taxado de estranho ou recluso. Muitos seguem esse caminho, indo contra sua natureza pra parecer mais sociável e com isso sentirem-se mais aceitos, mas tem gente que simplesmente não o faz, seja porque acha seu mundo interior infinitamente mais interessante que o exterior, seja porque se vê incapaz de construir uma ponte até o próximo e se sente profundamente frustrado, isolado dentro de si mesmo. Existe ainda aquele tipo de tímido que espera tão asiosa quanto silenciosamente que alguém venha procurar por ele dentro de sua concha e o arraste pra fora, onde finalmente vai poder brincar com os amigos sob o sol, que no momento está absolutamente inalcançável a exatos 8cm de distância...te parece bizarro? Pode até ser, mas será que essas pessoas evitam os holofotes porque não têm nada pra mostrar, ou será que só não vêem sentido em mostrar o que têm a qualquer um e fazer disso um espetáculo? Será que ridicularizar a timidez e taxá-la de inadequação ou até mesmo patologia (sim, chegamos a isso!) é a coisa certa a fazer?

A gente faz parte de uma cultura de extremos. O pobre do nosso equilíbrio recolhe-se a sua inignificância enquanto sonha com seu trono, erguido por um desses povos mais antigos e sábios (japoneses, chineses, tibetanos), que entendem que na grande maioria das vezes é mais produtivo ouvir que falar.  Aqui valorizamos o poder, a extroversão, a capacidade de liderança baseada na sua habilidade de ludibriar o próximo, não na habilidade por si só. Aqui valorizamos o discurso instantâneo, daqueles que basta acrescentar saliva e doses teatrais de linguagem corporal que tá pronto, ao invés da reflexão.
As pessoas tímidas têm dificuldade de se inserir nesse contexto e se parecem deslocadas é porque realmente estão. Talvez essa mesma pessoa fosse classificada como normal, ou respeitosa numa dessas culturas que mencionei antes, onde as palavras e as pessoas parecem ter mais valor que 15 minutos de fama injustificada.Tenho a impressão de que a necessidade de atenção é algo inerente a todos nós. Todos gostaríamos de ser notados, mas pedir o microfone pra cantar "atirei o pau no gato" mesmo que tenha uma entonação de ópera me parece, no mínimo, perda de tempo (principalmente do de quem ouve).

Ao contrário dos os pais de crianças tímidas, que têm a tendência de empurrar seu pimpolho solitário pro meio da rodinha no tanque de areia acreditando estar preparando-o pro sucesso, não acredito que a extroversão seja o único jeito de se fazer notar. Basta observar que grandes contribuições na área das artes, computação, literatura e inúmeras outras foram feitas por indivíduos tímidos e introvertidos, sim, é fácil dizer que não está rolando uma festa de arromba numa casa da qual não se ouve ruídos, mas classificá-la como abandonada pode ser um pouco precipitado demais.

Claro que a vida do extrovertido é mais fácil, pois ter habilidades sociais implica em um milhão de benefícios, mas infelizmente (ou felizmente, vá saber) não acho que seja possível trazer um tímido pro meio do palco, ligar um holofote sobre ele e pedir que faça alguma coisa (a não ser considere vomitar um "feito"). Então que tal se a gente respeitasse o jeito como cada um se expressa e aproveitasse o melhor dos dois mundos, não tentando obrigar ninguém a ser o que não é, apenas pra causar uma boa impressão?

Seguir tentando oferecer algo que não possui, vai fatalmente consumir toda a sua energia e deixar em você só o bagaço da frustração, então porque não assumir que você pode não ser a alma da festa, mas talvez faça drinks incríveis? Não precisamos ser todos iguais! Por mais que as mulheres de Hollywood tentem provar o contrário, não saímos todos da mesma fôrma!!!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

I see my name in shining lights!...then I shut my eyes tight!!!

Tem muita gente que diz que se você tem um sonho precisa persegui-lo, ir atrás, ter força de vontade, etc, etc...mas sabe, andei pensando e não sei até que ponto isso é uma opção.

Obviamente não é fácil perseguir um sonho m primeiro lugar porque é preciso admitir, pelo menos pros mais próximos, que se tem um e encarar a possibilidade de ter platéia pro seu fracasso. É, porque o sonho tem uma coisa engraçada, Eu acho que as coisas só começam a acontecer depois que você coloca seu desejo em palavras, sei lá, parece que o Cosmo curte uma confissão em alto em bom som...estranho, eu sei, mas daqui pra frente, repare como isso pode ter algum fundamento.

O fato é que quando você conversa sobre suas aspirações com alguém, passa imediatamente a assumir o risco de quebrar a cara em público ou o de ser desencorajado ou até ridicularizado por causa delas. Mas cara, pensa bem, não tô falando que fracassar é uma delícia e que só perde pra milho cozido na praia, mas também não acho que seja o item número um da lista das piores coisas do mundo. Vale lembrar que não existe alguém que tenha chegado ao sucesso sem antes passar por alguns fracassos (as vezes muitos). É pré-requisito porque o único jeito de aprender o que não se sabe (e o que não vem com manual de instrução) é por tentativa e erro e não faz mal se eles te assustam ao invés de te inspirar (com direito a brilho nos olhos). A vida real é mesmo um pouco diferente dos filmes de Hollywood. Pensa bem se na vida real o melhor ator é o que mostra menos emoções, porque seus sonhos não poderiam ter efeito, geralmente atribuídos a pesasdelos nos filmes, suadouro, tremedeira, falta de ar...um eventual "Mãe acuda peloamordedeus!". Vai ver a realidade é o outro lado do espelho...vai saber.
Eu já ouvi falar sobre esse negócio de ter a coragem de sonhar, mas de novo eu digo, não sei se é bem isso. Talvez pro sonhador seja apenas uma questão de tempo até que seu sonho comece a tornar sua vida sem ele impossível. A coisa queima, incomoda, a visão começa a se manifestar nas horas mais impróprias e com cada vez mais frequência O tal do cabeça nas nuvens pode até tentar suprimir a vontade de correr atrás do que realmente quer, enterrando a cabeça no cotidiano e os indicadores nos ouvidos gritando lálálálá, mas não dá pra fazer isso pra sempre dá?... passa a impressão (compleeeeeetamente equivocada no meu caso Oo) de que a gente é meio doido...eu hein?

Na minha opinião não se escolhe seguir um sonho, não mais do que se escolhe sentir frio no Alaska É simplesmente inevitável e uma hora ou outra o sonhador veja-se obrigado a ceder. Mais cedo ou mais tarde ele entende que uma vez que a engrenagem começou a rodar, uma vez que expressou seus desejos em voz alta, o Universo vai começar a colocar coisas no seu caminho, sinais, chances e não vai descansar até que você preste atenção a eles.

O esforço brutal, que geralmente acompanha a história das pessoas que seguiram seus sonhos e tiveram sucesso, é na grande maioria das vezes, mais brutal pro narrador que para o personagem principal. Sabem porque? Porque como já dizia meu amigo Fernandão:  "tudo vale a pena quando a alma não é pequena". Porque quem chega lá nunca tira o olho do prêmio, portanto o esforço acaba se restringindo à importância de estrada, ao invés de destino, e isso faz toda a diferença.Não estou dizendo que basta sonhar e "plim", tudo vai virar realidade porque o Universo vai dar aqueeeeela força! Ah pára, né?  Obviamente vai ter que fazer um esforço enorme se quiser ver as imagens que tem na sua cabeça fora dela, mas sabe, no fim, percebo que os sonhadores precisam despender mais energia pra se forçar a não perseguir seus sonhos que o contrário. É uma luta um tanto estranha não? Qual é exatamente a finalidade? Manter seus pés bem firmes no chão e viver uma vida ordinária? Yaaay me!

O que essas pessoas (myself included) não percebem é que ser um sonhador é um privilégio, é a promessa de uma vida incrível! Não precisa ter nada a ver com dinheiro, fama ou sucesso (de repente o sonho da pessoa em questão é ter um orfanato, casar e ter filhos ou viver com os ursos). Pouco interessa, mas o simples fato de ter sido abençoado com a idéia (sim idéia, sempre existe a possibilidade de chegar à Terra Prometida e descobrir que lá não fluem o leite e o mel...ou que até fluem, mas você tem intolerância a lactose) do que te faria feliz e realizado, tentar ignorá-la  nos faz perfeitos covardes, que escolhem deliberadamente fugir do seu destino! Tentamos enfiar nossos sonhos em uma garrafa, colocar um rolha e esquecer a coisa dentro do armário da cozinha, atrás daquele curry indiano carérrimo, que vc usa uma vez a cada 7 anos. Em nome de que?!? Da segurança do ordinário e palpável? Ahhh dá um tempo e vira homem, e rápido porque ainda não ficou bem claro qual é a duração da paciência do Universo e estamos correndo o sério risco de ela se esgotar antes de conseguirmos tonificar nossos glúteos!