sexta-feira, 3 de junho de 2011

A Atlas o que é de Atlas!

Saber o que é responsabilidade nossa é um pouco mais complicado do que parece. Muitas vezes nos sentimos responsáveis por coisas sobre as quais não temos absolutamente nenhum controle e fatalmente nos culpamos, caso não sejamos capazes de manipular as situações de forma a deixar todo mundo feliz e contente. Coisa inútil essa, um atraso de vida!

Não interessa o que você faça, acredite, nunca vai deixar todo mundo feliz e contente!

Vira e mexe vejo alguém (até eu mesma, que sei tudo sobre tudo!...riu,morreu!) caindo nesse erro grotesco, de achar que é responsável pela felicidade ou bem-estar de alguém. Não somos (não sou!), não é só uma questão de individualismo (cada um cuida do seu) mas é simplesmente uma impossibilidade, algo que está fora das nossa mãos e se sentir responsável por algo que não se pode fazer por definição me parece a receita pra insanidade.

Obviamente não estou incentivando meus parcos leitores a enfiarem o seu debaixo do braço e saírem correndo, usando a cabeça dos outros como escada, mas estou convidando-os a deixarem de lado a culpa de não conseguirem manipular o equilíbrio do Universo.

Aceitação. Essa é a palavra!
Não adianta fantasiar que podemos melhorar a vida de alguém piorando a nossa, isso não funciona, é insustentável. Sentir-se culpado por procurar uma coisa melhor pra sua vida, seja num relacionamento amoroso, familiar ou profissional não faz nenhum sentido, mesmo porque é raro que qualquer relacionamento chegue ao fim sem nenhum motivo ou prenúncio, provavelmente a outra parte interessada teve alguma participação nisso ou até mesmo uma chance de mudar essa história.

Obviamente existem jeitos melhores ou piores de se acabar um relacionamento, e se o seu, por acaso foi o último caso, converse, desculpe-se, tente não fazer de novo, mas isso é o máximo que se pode fazer a respeito, ainda não inventaram um botão de rebobinar a vida, portanto faça o possível pra que a outra pessoa entenda que não foi intencional e por mais feia que a coisa tenha sido coloque uma pedra sobre aquilo e siga em frente. Perdoe-se, mesmo que o outro não consiga fazê-lo, porque não se pode exigir o perdão de ninguém.

É preciso ter consciência de que uma vez conversado e explicado o assunto precisa ser encerrado dentro de nós, mesmo que a realidade tenha se negado a seguir seu script que incluía abraços, lágrimas, compreensão e o tão esperado perdão.

A culpa que sentimos quando fazemos algo que não gostaríamos de ter feito, ou talvez não da forma como fizemos, abre uma ferida na nossa alma (pelo menos dos que têm escrúpulos) que só o perdão consegue fechar, mas nem sempre a pessoa “lesada” está disposta a oferecer o bálsamo tão prontamente quanto gostaríamos e infelizmente, acontece ainda da tal pessoa não conseguir fazê-lo nunca (pena pra ela, porque esse bálsamo é tão porreta que conseguiria fechar também a dela). Quando isso acontece é preciso tomar uma providência e aceitar que só podemos falar por nós mesmos e que é preciso fechar uma ferida aberta, antes que ela contamine, inflame e necrose. Todos temos guardado dentro de nós tudo que precisamos pra ficar bem, portanto vasculhe a casa, do porão ao sótão e encontre aquilo que vai salvar a sua vida. O perdão!

Entenda e aceite que você que pode causar dor, trazer alegria, perdoar, melhorar ou piorar a vida de quem está ao seu redor sim, mas existe um limite, limite esse que é definido pelo outro e somente por ele.

Culpa é um sentimento normal e até nobre, mas se nem Hércules aguentou o peso do mundo e teve que dar o jeito de jogar a bomba na mão de Atlas de novo, será que vale mesmo a pena tentarmos?