segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Please be honest Mary Jane are you happy?

Alguém aí já tentou responder essa pergunta?  Eu já, algumas vezes, umas porque me fizeram e outras porque fiz a mim mesma, a resposta é sempre a mesma, outra pergunta.

O que é felicidade? Sim, porque para o meu intelecto limitado é necessário saber o que significa a pergunta antes que se possa respondê-la e se não sei o que é felicidade poderia ser feliz mesmo assim?

A felicidade pra mim sempre foi uma coisa fugaz e abstrata. Enquanto a tristeza é algo real e palpável a felicidade mais parece uma assombração, algo que se vê de relance com o canto do olho. Ser feliz pra mim é como tentar agarrar fumaça e guardá-la no bolso esperando encontrá-la quando for procurar uma moeda pro troco.

Acho tão esquisito pessoas que são felizes por comparação, confesso que poderia ser um método válido de tentar concretizar esse sentimento escorregadio mas pra mim simplesmente não funciona. Não me sinto mais feliz por dormir em uma cama só porque muitos não a tem, me sinto agradecida por ter o que comer quando tantos morrem de fome, mas não vou ser hipócrita a ponto de dizer que isso é capaz de elevar meu espírito. Não rola pra mim, não gosto da idéia de não reconhecer a felicidade na multidão a menos que a veja sentada bem ao lado da tristeza, tem que existir algo mais!

Comida pra mim não é pasto e tampouco bebida é água, felicidade pra mim é outra coisa, fica em outro lugar, eu já estive lá de passagem. Vivo dizendo pra mim mesma que quando eu tiver o carro dos meus sonhos ou a casa que eu tanto quero, vou morar lá, mas no fundo sei que não passa de ilusão. Primeiro porque não acredito que a "hapy land" exista. Não acho que ninguém more lá, acho que as pessoas mais sortudas (não as mais ricas, ou as que tem a casa ou carro dos sonhos, percebam, eu disse as mais sortudas!) passem féria por lá, mas realmente não acredito que seja possível fixar residência num lugar como esses...mesmo porque o ser humano gosta mesmo é de sofrer e se fosse feliz o tempo todo é bem provável que morresse de tédio nos primeiros 3 meses.

Felicidade pra mim vem se tornando cada vez mais um exercício que leva à um certo estado de espírito, claro que ainda depende muito do ambiente externo e as cirunstâncias nas quais me encontro (confesso que fica meio complicado tentar gargalhar afogando em areia movediça...) mas acho que com treino isso ainda vai mudar.

Você é feliz? Essa é pergunta tão complexa que pode ter inúmeras respostas corretas (e pode até se transformar desavisadamente num insulto, use com cuidado!). A felicidade é subjetiva e absolutamente interpretativa. Alguém pode ser feliz fazendo ou vivendo algo que faria seu irmão gêmeo univitelino a pessoa mais infeliz da face da Terra. A felicidade tá dentro da gente, tem menos a ver com o que temos e mais a ver com que somos e com o que queremos ou só com o querermos naquele momento por isso tanta gente é infeliz. Não temos tempo de olhar pra dentro pra saber o que nos faria feliz, estamos ocupados demais trabalhando pra conseguirmos dinheiro pra comprar a próxima coisa que nos fará felizes, ocupados demais procurando o pote de ouro no final do próximo arco-irís. O desafio nos move, sem dúvida é ótimo se superar mas hoje eu falo de outra coisa, de uma busca mais profunda.

Seria ótimo ter uma fórmula pra ser feliz, ou ser capaz de adquirir algo que nos fizesse feliz, mas isso é o mesmo que querer que os filhos viessem com manual de instrução, ou querer que fosse possível abrir nossa cabeça ao meio e jogar o livro de matemática lá dentro. São sonhos impossíveis que achamos que nos fariam felizes. Fariam mesmo?



Cada dia mais percebo que é preciso querer ser feliz pra sê-lo, não estou dizendo que isso basta. Há quem diga que as coisas se tornam verdade depois de muito repitidas, não acredito nisso. Acho que é preciso primeiramente ter a intenção de sair da inércia da apatia e desafiar a si mesmo a sentir, casar com a vida mesmo sabe? na saúde e na doença, na riqueza  a pobreza?  Se permitir cair no fundo do poço pra poder alcançar as nuvens numa próxima ocasião e lutar pra isso. Cair, sangrar, sacudir a poeira, colocar um band-aid e seguir em frente, subindo novamente todos os degraus que rolou.




Minha idéia de felicidade por hora é conseguir relaxar e senti-la apenas, sem a necessidade de capturá-la, dissecá-la, fotografá-la e entender  do que ela é feita. É entender que ela está também no percurso e não só na linha de chegada, nos preparativos e não só na festa!